1. Principais Atividades Econômicas
Setor de Serviços: É a principal matriz da economia goiana, respondendo pela maior parte do PIB, emprego e renda. Goiânia é o grande destaque neste setor.
Indústria: O setor industrial tem ganhado importância, sendo impulsionado pelo processamento da produção agropecuária.
A industrialização cresceu nas últimas décadas, com um parque industrial diversificado. Anápolis abriga o principal polo industrial, o DAIA, e Rio Verde é o segundo mais importante. Setores como a indústria de alimentos e bebidas e a farmacêutica se destacam, com Goiás sendo um dos maiores polos do país. O eixo Goiânia-Anápolis-Brasília forma um dos maiores mercados consumidores do Brasil.
Agropecuária: Embora seja o carro-chefe da imagem do estado, contribui com cerca de 10% do PIB. Sua modernização demanda pouca mão de obra, o que impulsiona a urbanização.
O Sudoeste Goiano é um polo de destaque, como Rio Verde e Jataí.
2. Destaques da Produção Industrial
Alimentos e Bebidas: É o setor industrial mais forte do estado, tanto em volume de produção quanto em geração de renda, superando amplamente o setor farmacêutico. Goiás é o maior produtor e processador de tomate do Brasil e possui grandes indústrias de laticínios, carnes e processamento de grãos.
Farmacêutica: Goiás possui o segundo maior polo farmacêutico do país, atrás apenas de São Paulo, concentrado principalmente em Anápolis.
Mineração: Atividade industrial relevante, sendo o pilar da economia de municípios como Alto Horizonte.
3. Desigualdades e Perfis Regionais
Sudoeste Goiano: Região historicamente ligada ao agronegócio e com os melhores Índices de Desempenho dos Municípios (IDM). Cidades como Rio Verde e Jataí são polos do agronegócio.
Nordeste Goiano: Apresenta os menores indicadores socioeconômicos, com predomínio de atividades agropecuárias de subsistência. A topografia acidentada dificulta o desenvolvimento de agricultura e pecuária em larga escala.
Centro-Sul: Concentra as principais indústrias, a maior parte da população e os melhores indicadores socioeconômicos do estado.
Sudeste Goiano: Região rica e desenvolvida, com uma economia integrada mundialmente, tendo Catalão como um polo industrial e de mineração.
II. Demografia e Urbanização
Taxa de Urbanização: Goiás é um dos estados mais urbanizados do país, com mais de 90% da sua população vivendo em áreas urbanas. É a quarta unidade da federação com a maior taxa de urbanização.
Distribuição Populacional: A população é distribuída de forma desigual, com forte concentração no eixo Goiânia-Anápolis-Brasília. Este eixo constitui o terceiro maior mercado consumidor do Brasil.
Regiões Metropolitanas:
Região Metropolitana de Goiânia (RMG): Criada em 1999, integra 20 municípios além da capital. Anápolis não faz parte da RMG, um erro comum cobrado em provas. Aparecida de Goiânia, Senador Canedo, Trindade e Goianira são exemplos de municípios conurbados com a capital.
Região Metropolitana do Entorno (RME): Criada em 2023, formaliza a área de influência de Brasília em Goiás. A região é caracterizada por municípios que funcionam como cidades-dormitório e por uma forte conurbação com o Distrito Federal.
III. Infraestrutura: O Papel das Ferrovias
As ferrovias tiveram e têm grande influência na modernização e integração do território goiano.
Ferrovia Centro-Atlântica (antiga Estrada de Ferro Goiás): Teve sua construção iniciada no século XX, beneficiando principalmente o sul do estado. Chegou em Anápolis em 1935 e em Goiânia (Campinas) em 1951. Hoje é operada pela Vale.
Ferrovia Norte-Sul: É um projeto mais recente (século XXI) que corta o estado e tem como objetivo induzir a ocupação econômica do Cerrado e favorecer a multimodalidade de transportes.
Anápolis: Consolida-se como um dos mais importantes entroncamentos rodoferroviários do estado, sendo ponto de encontro das duas ferrovias.
IV. Contexto Histórico Relevante
Fundação de Goiânia (1933):
Contexto Nacional: Ocorreu durante o primeiro Governo Vargas, alinhada ao projeto nacionalista de integração do país e à “Marcha para o Oeste”.
Contexto Estadual: Liderada pelo interventor Pedro Ludovico Teixeira, a mudança da capital (da Cidade de Goiás para Goiânia) buscava modernizar o estado e romper com as antigas oligarquias.
Justificativas: A antiga capital, Vila Boa (hoje Cidade de Goiás), tinha sua expansão limitada pela topografia acidentada. A nova capital foi planejada em local de topografia plana.
Batismo Cultural: A inauguração oficial ocorreu em 1942.
Acidente com o Césio-137 (1987):
Foi o maior desastre radioativo em ambiente urbano no mundo.
Gerou um forte impacto negativo na economia goiana, com produtos locais sendo rejeitados em outros estados.
Resultou no fortalecimento da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) e na criação de normas mais rígidas para o descarte de rejeitos.
V. Cultura Goiana
A cultura goiana é fortemente marcada pela religiosidade e por uma identidade rural.
Principais Festividades:
Procissão do Fogaréu: Realizada na Cidade de Goiás durante a Semana Santa.
Cavalhadas: Encenação de batalhas medievais que ocorre em Pirenópolis.
Festa do Divino Pai Eterno: Realizada em Trindade, é a segunda maior romaria do país.
Congada: Festa em louvor a Nossa Senhora do Rosário, com destaque em Catalão.
Patrimônio Histórico e Arquitetônico:
Cidade de Goiás: Seu centro histórico é tombado como Patrimônio Mundial pela UNESCO. Seu nome original era Arraial de Sant’Anna.
Art Déco: Estilo arquitetônico predominante nos primeiros edifícios de Goiânia, como o Cine Teatro Goiânia e o Museu Zoroastro Artiaga.
Monumento às Três Raças: Localizado na Praça Cívica, simboliza os três grupos étnicos formadores do povo goiano: negros, brancos e índios.
Povos Originários e Tradicionais:
Quilombolas: Goiás abriga o maior território quilombola do Brasil em extensão, a comunidade Kalunga, no nordeste do estado.
Indígenas: Eventos como a Aldeia Multiétnica (em Alto Paraíso) e a Semana Indígena de Serra da Mesa (em Uruaçu) são marcos da cultura indígena no estado.